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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Recrutamento Estratégico


Tradicionalmente entende-se o processo de Recrutamento & Seleção, como parte do subsistema da Administração de Recursos Humanos (ARH), "Provisão de RH", em que ocorre a busca por profissionais para preenchimento de um cargo em aberto, solicitado pelo cliente, a partir de sua descrição e análise.

Gostaria, no entanto, de convidá-los a reflexão sobre o tema “RECRUTAMENTO ESTRATÉGICO”, frente ao atual mercado de trabalho mundial, no qual o especialista é cada vez mais valorizado, ao mesmo tempo em que o conhecimento generalista, e interdisciplinar, de tão banalizado passou a ser um pré-requisito ideal do profissional “indispensável”.

É cada vez mais comum observarmos recrutadores confusos, que recorrem a ferramentas inadequadas (como sites com banco de currículos, redes sociais, listas de empregos em blogs ou e-mails), por não terem uma estratégia de recrutamento bem definida, sendo esta, essencial para qualquer recrutador, headhunter ou pessoa que simplesmente deseja suprir sua demanda por recursos humanos.

Mas como podemos definir os parâmetros para a realização de um recrutamento que seja estratégico?

Proponho as seguintes considerações:

1º - Elabore uma descrição e analise do cargo de acordo com as necessidades do cliente, a realidade deste, sua realidade como recrutador, e a realidade do mercado de trabalho.
            A descrição e a analise do cargo, quando idealizadas, são empecilhos a todo o processo de provisão de recursos humanos, visto que este ocorrerá segundo as possibilidades do mercado de trabalho, e do mundo real. Caso algum dia, possamos recrutar no “país das maravilhas”, ou na “terra do nunca”, então será viável encontrarmos profissionais com mais de 10 anos de experiência, proficientes em 3 idiomas, com menos de 40 anos de idade, residentes ao lado da empresa contratante, que estejam dispostos à receber uma remuneração bem abaixo da praticada no mercado.

2º - Conheça profundamente os hábitos e rotinas do profissional que terá de encontrar.
            Além do que está descrito no cargo, e de sua análise, cabe ao recrutador estudar os hábitos e rotinas dos profissionais que costumam ocupar a posição a ser preenchida, a fim de adquirir informações preciosas para as próximas etapas do processo de recrutamento estratégico.
            Saiba responder o que o profissional faz, como, onde, quando e porque (descreva um lead sobre o mesmo, contendo respostas para as perguntas: QUEM? FAZ O QUÊ? ONDE? QUANDO? COMO? POR QUÊ?). Pode parecer desnecessário, mas vai ser de grande auxilio durante a seleção.

3º - Identifique e estude o ambiente em que o profissional a ser encontrado deverá estar disponível.
            Com relação a essa etapa, trata-se de um princípio bem simples: Não se pesca na grama, pois nela não haverá peixe algum nadando.
            Se você respondeu as questões anteriores, será fácil identificar o ambiente propício ao recrutamento, como sites, redes, empresas e demais “locais” em que os possíveis candidatos ao cargo estarão acessíveis.






4º - Conheça as ferramentas que dispõe, e saiba utilizá-las profissionalmente.
            Não é à toa que se faz uma analogia entre a caça e os processos de recrutamento, pois os princípios são equivalentes.
            Atualmente dispomos de diversas “armas de caça” para recrutarmos possíveis candidatos às posições em aberto. No entanto, nenhuma ferramenta tem serventia sem alguém que sabia utilizá-la corretamente, assim como, um violino só emitirá sons agradáveis quando tocado por um violinista profissional.
            O bom recrutador é aquele que conhece as ferramentas que dispõe, e as utiliza da melhor forma possível. Os sites de busca, por exemplo, devem ter seus mínimos detalhes explorados durante um recrutamento que possa ser considerado “estratégico”.

5º - Crie táticas de recrutamento adequadas ao objetivo estratégico.
            Durante uma caçada as armas são componentes de uma tática adotada estrategicamente. Dentre elas podemos citar, por exemplo, as armadilhas, os apitos que atraem a presa, a isca exposta para que a caça fique parada enquanto se alimenta, podendo assim, ser abatida com mais facilidade, etc.
             No processo de recrutamento de recursos humanos, os profissionais disponíveis em seu ambiente devem ser captados estrategicamente, mediante o uso tático das ferramentas de recrutamento disponíveis.
            Este item mescla as informações dos itens anteriores 2, 3 e 4, e define o tipo de abordagem, contato, oferta e negociação a ser estabelecido com o possível candidato almejado.

6º - Cative o profissional contatado.
            Ao ser abordado, o profissional deverá ser cativado pelo recrutador, mesmo que venha a declinar a oferta de recrutamento. Como dizem “o mundo dá voltas”, e a “Poupança Bamerindus” nem existe mais.
            Preserve o contato dos profissionais identificados e nunca deixe de manter uma boa relação com os mesmos, principalmente com os que não foram selecionados pelo cliente, visto que poderão ser direcionados a novas oportunidades. Um “estoque” é sempre útil, seja para economizar tempo, ou para situações emergenciais.
            Neste item considera-se essencialmente o fator “Empatia”. Seja amigável, mesmo que a relação deva ser estritamente profissional.
Certa vez, um de meus contatos profissionais, candidato a uma posição para a qual recrutei, me adicionou à sua lista de e-mails. Constantemente recebo piadas, vídeos e brincadeiras dele, em minha caixa de mensagens. Talvez você até considere isso um abuso, ou algum incômodo. Para mim, receber seus e-mails é saber que, além dele estar vivo e bem, ainda está disponível para novos contatos profissionais, e isso significa fonte de recrutamento. Nunca as despreze.

7º - Esteja sempre se aprimorando e atualizado.
            A cada dia surgem novos ambientes, novas oportunidades, tecnologias, ofertas e demandas.
ESTEJA SEMPRE ATUALIZADO.
            Antigamente o Orkut era a maior rede social do Brasil. Atualmente, é apenas a mais popular. Posições operacionais são facilmente preenchidas tendo-a como fonte de recrutamento, enquanto que o Linked In atende à demanda executiva.
            O e-mail é um poderoso, e rápido, meio de comunicação através do qual, podem-se oficializar contatos e propostas.       Os telefones celulares e tablets, viraram convergência de mídia e meios de interação.
Em suma, não “cace” um tanque, com arco e flecha. Além de inútil, é uma falta de respeito com os profissionais, disponíveis para o nosso contato, no mercado de trabalho. Esteja atualizado para melhor definir sua estratégia.

Recrutadores inteligentes.

Recrutadores estratégicos.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Maratona do Ouro no Mundo


Há alguns séculos atrás, por volta de 1650, foram descobertas as primeiras fontes minerais de extração do ouro brasileiro, nos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Iniciou-se assim, a chamada “corrida do ouro”, em nosso país, devido ao consequente êxodo para tais regiões.

            Ainda presente na memória de muitos brasileiros, Serra Pelada, uma região no estado do Pará, foi considerada o maior garimpo a céu aberto no mundo, durante a década de 80, de onde foram extraídos, oficialmente, 80 toneladas de ouro. Novamente, o êxodo ocorrido durante sua atividade, denominou a “corrida do ouro moderna” no Brasil.

            Atualmente, com a crise no sistema econômico mundial, as preocupações com a Grécia, o futuro do euro e o limite das dívidas federais dos Estados Unidos, grande numero de investidores vem direcionando seus recursos para a aquisição do ouro, o que levou o preço desta commodity, a recordes em termos nominais (sem descontar os efeitos da inflação). Há algumas semanas atrás, o ouro ultrapassou a marca de US$ 1.800 por onça-troy (que equivale a 31,1 gramas) pela primeira vez. A marca, porém, é inferior ao seu pico em 1980, quando chegou a preço que equivaleria hoje a US$ 2.516, segundo o economista Edward Yardeni.

            Seria essa tendência, e valorização da commodity, uma nova “corrida do ouro” em proporções globais? Provavelmente não.

A principal característica das chamadas “corridas do ouro” ao longo da história, está na expectativa de lucro que sempre envolveu os garimpos. Até mesmo as mineradoras, independentemente de sua proporção, com todo seu aparato tecnológico moderno, visam a lucratividade, como resultado e meta de todo seu investimento. Não é este o caso da iminente alta do ouro, no mercado econômico mundial.

Os investimentos direcionados à commodity do ouro visam a proteção corporativa, uma vez que, mesmo que a moeda seja desvalorizada, ou sistemas econômicos venham a ser substituídos, o metal nobre permanecerá associado à status, riqueza e nobreza, sendo sua demanda, e valorização, mais difíceis, ou quase impossíveis, de sofrerem alguma deterioração. Como medida de proteção, a aquisição do ouro, como tendência atual de mercado, estaria, metaforicamente, muito mais próxima de uma “maratona do ouro”, do que de uma “corrida”, pois tratam-se de investimentos a médio e longo prazo.

Em uma maratona, alcançar e atravessar a linha de chegada requer paciência, perseverança e proatividade, pois o “lucro” está em suportar e superar as limitações físicas, assim como, atualmente, o lucro em se investir na commodity ouro, em meio à crise econômica e financeira mundial, está na sobrevivência das grandes empresas, corporações e investidores.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O que signfica Carreira?



            O conceito de carreira, a princípio derivado da palavra latina carraria, que significa “caminho para carros”, passou por diversas transformações ao longo de sua aplicabilidade histórica. Por volta do ano de 1530, o termo “carreira” identificava um caminho, ou o curso do sol através dos céus, por exemplo. Nas disputas de justa, em 1590, estava relacionado ao cavalo que, durante o combate, passava uma “carreira” em seu oponente. O significado contemporâneo do conceito de carreira adquiriu sua relação com o mundo dos negócios, a partir do ano de 1803, quando o termo foi associado à idéia de “caminho da vida profissional”.

            Comumente entende-se carreira como a soma de todos os cargos ocupados por uma pessoa durante a sua vida de trabalho. Porém, essa definição equivocada, contraria a raiz etimológica do termo, e acaba por impedir que o conceito de carreira seja plenamente assimilado por muitas pessoas leigas, e até mesmo por profissionais renomados. O termo Carreira, ao longo de todo o seu desenvolvimento histórico, sempre preservou sua essência etimológica. Significa um caminho. Não está associado a restrições temporais, mas espaciais. Ou seja, não indica um histórico profissional, mas um caminho, percorrido ou não, rumo a um objetivo.

No meio corporativo, o conceito de carreira, isto é, a relação entre o termo e sua aplicabilidade, define um percurso profissional rumo a uma especialização almejada, que, por sua vez, atenderá ao desejo de satisfação pessoal e profissional, da pessoa que busca realizar-se.

O planejamento de Carreira é fundamental para que esse caminho a ser percorrido, tenha uma direção bem definida, pois é uma via singular, que está diretamente relacionada às particularidades de cada pessoa, partindo do autoconhecimento à autorealização.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A importância da Ética e da postura profissional frente ao organismo empresarial





Certa vez, durante a avaliação de um candidato a uma posição que tínhamos em aberto, para atuar numa empresa da indústria de mineração, ao conversarmos sobre seus objetivos e metas profissionais frente ao desenvolvimento de uma carreira, este me falou sobre sua “metodologia de trabalho”, que consiste de uma simples iniciativa, por mim sintetizada abaixo:

·        Realizar todas as tarefas das quais fomos responsabilizados, e contribuir, com todas as nossas competências, em prol dos objetivos preestabelecidos pela gestão.

Se atentarmos para o fato de que toda a gestão espera de seus colaboradores a realização de suas tarefas com responsabilidade e competência, certamente identificaremos excelentes profissionais no mercado de trabalho e em ambientes corporativos. Mas, o que mais chamou minha atenção na colocação daquele candidato, foi ele ter um diferencial pelo qual é zeloso, e que o distingue dos demais profissionais. Ou seja, uma vez que ele realiza as atribuições de seu cargo, ou de sua posição na empresa, com competência e responsabilidade, e ainda beneficia o organismo empresarial, executando tarefas que não são diretamente de sua responsabilidade, torna-se distinto, desejável e indispensável à sua equipe. Em outras palavras, ele estabelece um novo padrão ao tornar-se referência, e realiza um “upgrade” na descrição de seu cargo, pois o próximo profissional a assumir sua posição, deverá estar apto a realizar as mesmas atividades deste, devendo possuir as mesmas competências.

Talvez a questão “qual é a relação entre ética e postura profissional, com o que foi escrito até agora?” já lhe tenha ocorrido. Primeiramente, vamos definir ética como o conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de uma pessoa, de um grupo social ou de uma sociedade. Assim, passamos a compreender a ética profissional, em nível pessoal, e a ética empresarial, como os preceitos organizacionais estabelecidos pela gestão, que devem ser seguidos como normas da empresa.

A postura profissional refere-se às ações e ao comportamento da pessoa, baseadas em atitudes relacionadas ao conceito subjetivo deste, que lhe define seu “ser” e “fazer” profissional. Isto é, tendo como base seu entendimento do conceito de profissionalismo, a pessoa realizará suas ações e se comportará como considera ser adequado, em seu ambiente de trabalho.

            A importância da ética e da postural profissional no ambiente corporativo deve-se ao fato de que, o profissional que não corresponder aos preceitos e padrões preestabelecidos nas relações organizacionais, perderá a respeitabilidade mínima necessária para ser considerado, e assim, obter autoridade, isto é, a aprovação de seu “saber fazer” (know-how), pelos membros do organismo empresarial, para redefinir sua posição no organograma da empresa.

            Para que seja possível ao profissional, apresentar todas as suas competências aos seus gestores e colaboradores, este deverá obter destes, respeito e consideração, para vir a alcançar a autoridade (reconhecimento) necessária para a redefinição de sua posição junto ao organismo empresarial, e seu desenvolvimento no organograma empresarial.